sexta-feira, 13 de junho de 2008

Cabelos negros

Naquela fria e cinzenta tarde de Domingo quando ele chegou à fila para tomar o autocarro, já lá estavam umas quinze pessoas.
Na fila, à sua frente,postava-se uma agradável figura de mulher.
Cheirosa,mais ou menos da sua estatura...sapatos pretos de salto alto...e dona dos
mais belos cabelos negros que os seus olhos jamais viram.
Como seria o seu rosto?

Inclinou-se um pouco.O perfil era também agradável.
Aproximou-se um pouco mais e,perto da sua nuca murmurou...
É natural a cor dos seus maravilhosos cabelos?
Após uma breve pausa,para seu espanto, ela respondeu: Não...são pintados...
São uma maravilha; disse ele.
A dama excitou-se; voltou ligeiramente o rosto e, esboçando um adorável sorriso,
respondeu: Muito obrigada...

O autocarro, entretanto, chegara e as pessoas foram entrando até que chegou a vez da dama dos cabelos negros. Ele, que a seguia, sentou-se a seu lado.
Tendo por tema os negros cabelos,foi fácil o arranque do diálogo e, sem demora se
estabeleceu a "comunicação". E, quando pouco depois,ele,preparando-se para sair do autocarro lhe perguntou; não quer sair também; não admirou que ela,sem nada dizer,se
levantasse também para sair.

Sentaram-se na primeira pastelaria que encontraram.
Conversaram...conversaram...e então ele arriscou; permite-me que afague os seus cabelos? Ela sorriu, e com um ligeiro inclinar da cabeça "disse" que sim.
Estava derrubada a ultma barreira.

Horas depois,quando a matutina alva já despontava no horizonte,ela saiu.
Segundos depois,ele,pousando as chaves do aposento sobre o balcão da recepção saiu também.
Um táxi os aguardava.

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