sexta-feira, 23 de novembro de 2007

A caçada cardinalícia

Sua Eminència, fez questão de tomar parte na caçada.
A sua comitiva, levou-lhe o cadeirão de braços e um tripé para apoiar a arma.
Os acólitos, puseram-lhe a jeito,uma peça de caça. Seria só apontar e disparar.
Sua Eminência, apoiou o queixo na coronha, mas não gostou...levantou a cabeça
e ajustou a mira, subindo um pouco o tripé, voltando a acomodar a papada na coronha.
Refez a mira, e enfiou o seu dedo indicador direito no guarda- mato.
O dedo acariciou o gatilho, mas Sua Eminência não disparou.Vagarosamente, voltou a
erguer a cabeça...levou o dedo ao olho direito e coçou-o.
Um dos numerosos convidados, desagradado, murmurou:
Grande seca... é no que dá, vir caçar com....

2 comentários:

MacSapo disse...

Muito boa esta história !
O Cardeal a tentar dar tiros da poltrona é de rir à gargalhada!

Trol Leifsson disse...

Uma história brilhante, digna de constar nos anais da História com H maiúsculo, dos livros de memórias de caça e dos cardinalícios diários oficiais. Consigo imaginar o cardeal sentado, esperando a melhor oportunidade, hesitando, tranquilamente, enquanto o terceiro, quase de forma exasperada, se precipita sobre o gatilho e faz o que tem que ser feito, abatendo o animal. Que terá sido feito do cardeal após este acontecimento?