quinta-feira, 6 de março de 2008

O beliche

A viagem começara em Vila Luso.
Eram seis da tarde,quando se fez ouvir o estridente silvo do apito do chefe da Estação,logo seguido pelo início da marcha do comboio e do clássico tan..tan dos
rodados a pisar as emendas dos carris.
Com destino a Nova Lisboa,o casal ocupava um dos coupés da carruagem.
Ainda o comboio não tinha chegado à Chivanda e já um empregado da carruagem restaurante batia discretamente à porta do compartimento,avisando de que iria
ser servido o jantar.
Quando regressaram,pouco passaria das 19 horas,recolheram-se ao seu coupé.
Puseram-se à vontade e cada um trepou para o seu beliche.
Ele no de cima,ela no de baixo.
Ela lia uma revista de modas.Lá em cima,ele,lendo um policial,ouvia o folhear...
Voltou a ser ouvido o tan..tan dos rodados...
Ajudava a chegada da vontade de dormir...
Ele,em cima,deixou de ouvir o folhear da revista de moda.
Olhou o seu relógio.Pouco passava da uma da manhã.

Algum tempo depois,a cama de baixo mexeu-se.
Ela,mimalha,gemia: Tenho frio!...
Ele,solicito,respondeu:Queres que te vá aquecer?
Sim,vem: Disse ela. Trás o cobertor...

Ele desceu.
Carinhosamente,cobriu-a.

Eram 6:30 quando uma leve batida na porta,os avisava da chegada a Nova Lisboa.

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